segunda-feira, 17 de agosto de 2009

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As notícias que correm em tempos de desgraças:

Joaquim sempre foi assim, de espírito perturbado. Tem vocação para produzir tragédias. Aos 15 deu entrada na Febem por delinquência. Matou todos os gatos da vizinhança no Parque Imperial. Nessa época morava com a avó, que fazia o que era possível para educar Joaquim num ambiente sadío, mas não teve jeito, o neto saiu de casa muito cedo. Passou a viver na rua e de subempregos. Foi flanelinha, manobrista, malabarista de sinal, roubou alguns carros, foi fichado na polícia e caiu na graça de conhecer Lourdes, que trabalhava na pastoral de uma igreja evangélica. Casaram-se, tiveram um filho, Rodson. Depois do nascimento da criança, Joaquim sumiu. Voltou a dar passagem na polícia, dessa vez por vender ingresso falso em porta de estádio. Voltou para a casa da avó. Disse que ia mudar de vida. Começou a trabalhar na padaria do Parque Imperial, e a noite fazia “avião” de papelote para aumentar sua renda. Aprendeu a fazer pães e foi trabalhar numa padaria de grã fino no centro da cidade, onde também atende a demanda de drogas para os traficantes da sua região.
Há alguns dias tem ido trabalhar mesmo doente, acredita que está com a tal da grípe suina, mas não pode faltar e nem perder dias de trabalho, e também não deixou de fazer os pães que a clientela adora; e irônicamente, sem saber, as madãmes dizem que suas rosquinhas e pães são “delícias de morrer”.

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