sábado, 30 de janeiro de 2010

A beleza a serviço da música.

O curioso

Existem faculdades públicas onde não haja o ensino voltado para formar profissionais, mas somente conhecedores? Onde os estudantes (no seu mais alto grau de entendimento) que lá estejam, não tenham interesses em “ganhar a vida” com aquilo que está sendo ensinado, mas sim, apenas pelo prazer do conhecimento?

Vou explicar. Você nunca teve vontade de conhecer e estudar sobre determinada ciência, fazer um curso determinado, e sem com isso querer ganhar dinheiro com esse conhecimento? Não com o desejo de ser profissional, mas de ser apenas conhecedor? Não né. Então aí só me resta o autodidatismo.

O autodidatismo hoje deve ser feito no calar da noite, sem alarde, até porque numa sociedade que valoriza o diploma (mercado do ensino?), a falta dele é fracasso, ou na melhor das hipóteses: “alí vai um curioso.”

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

O consumo em excesso da ficção hollywoodiana


Eu tenho um amigo que sonha com aqueles amores estilo “comédia romântica de Hollywood”. Ok. É um direito dele. Afinal ele adora esses filmes. Fico torcendo por ele, apenas me atenho em pensar (escrever) que, se nem os próprios atores e escritores desses mesmos filmes não encontram esses tipos de amores em suas vidas privadas, que dirá nós, pobres espectadores tupiniquins.

Quando essa hiperrealidade romântica atrapalha a visão realista, transformando relações humanas em histórinhas da Disney. E com isso, jogando lá nas alturas todas as expectativas amorosas, que claro, com um padrão tão alto de romântismo, serão sempre inatingiveis.

Só perguntando...

O que é pior; ser ateu, não acreditar numa força maior que seja regente de todas as coisas do universo, ou então acreditar num Deus punitivo, vingativo, que castiga os haitianos por serem "macumbeiros" e não serem bons cristãos?

Era uma casa muito engraçada.


Eu passo em frente a essa casa quase todo dia (hace muchos años). Ontem eu joguei a vergonha de lado, saquei o celular do bolso y saque una foto. Fica numa rua conhecida aqui em Jundiaí; a casa virou loja, claro! Quem é o louco que moraria numa casa dessa? Só eu mesmo...

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Mais simples, mais complexo.

Outro dia conversando com uma conhecida, eu lhe revelei que gosto de gente simples de verdade. Na frase eu deixei o 'de verdade' bem ressaltado. Pois bem, ela me disse que então eu iria adorar a família dela. Legal.
Então tá, fui lá eu conhece-los.
Dê fato, eram todos muito amáveis, educados, e me deixaram super a vontade. Mas tinha só um porém: de simples 'de verdade' eles não tinham nada.
As pessoas confundem simplicidade com burrice, ou com pseudo simplicidade. Ambas são bem distintas ao meu modo de ver. O simples é aquela pessoa que sabe que é simples e conduz todos os assuntos de forma básica, tímida, com certa curiosidade pelo que você está dizendo, tem pouca noção de certos assuntos, não se aprofunda muito, pronuncia algumas palavras de forma peculiar, enfim, é o tal do caipira.
Naquele caso, eram pessoas que achavam que ser simples era ser meio burro, brega, aquele tipo 'novo rico', que finge que é simples, mas no fundo tem preconceito contra aqueles mesmos tipos que eles eram antes de ganhar um pouco mais de dinheiro. Ser simples para eles é assistir Gugu (ou Big Brother, Eliana e similares) e levar aquilo a sério e discutir sobre o assunto. A estratégia deles é se passar por simples, mas ao mesmo tempo ficam interessados em saber qual a marca do seu carro, se mora em bairro bom, se sua família é tradicional, como se seu sobrenome fosse pedigree. É querer falar de assuntos complexos (política, ciências, religião, cultura, etc.) de forma simplista, e mesmo assim achar que estão sendo profundos. Aquele tipo de gente que nunca lêu um livro, porem se acha super intelectual por dizer que o presidente é um ignorante. Logo eles.

Descobri que na verdade não gosto de pessoas simples. Talvez eu goste de gente caipira, o que é bem diferente. O caipira é mais complexo, tem um intelecto que não foi muito moldado, e de simples tem bem pouco.

Solidão a dois


"Joana?"
"Oi..."
"Você vem pra cá hoje?"
"Eu já não falei pra você não me ligar essa hora?"
"Já"
"Hoje eu quero ficar sozinha ok."
"Tá, qualquer coisa eu tô online."
"Tudo bem..."
"Beijo."

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Quem é o Juiz das artes?

Quem determina o valor de uma obra?
Quem é o responsável por estabelecer o que tem qualidade, e deve ser admirado?
Por que as pessoas fazem fila na porta do Louvre e não na porta do Masp?
Quem é esse ser, essa figura oculta, que estabelece que uma determinada obra vale mais que outra, e a nós, pobres mortais, o quase 'dever' de admira-la?

Sobre esse mesmo assunto escreveu o blog 'O Individuo', um dos mais interessantes.

É a mesma coisa que entrar numa exposição de um Artista Novo e sentir-se à vontade para achar tudo ruim, mas entrar no Louvre com temor e reverência. As obras do Louvre estão no Louvre, foram sancionadas pelo cânon, seu consumo é permitido e recomendável. Aliás, mesmo que você não perceba nada daquilo que viu no Louvre, só ter ido lá lhe confere o prestígio das pessoas cultas, uma espécie de capital social. O mesmo idêntico raciocínio vale para qualquer outra obra de arte. Um livro de poemas do Zé das Couves pode ser melhor do que Mensagem, de Fernando Pessoa, mas você não vai ler o livro de das Couves com o mesmo entusiasmo com que lê um de Pessoa.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Pensar é de graça


"SEMPRE PARECERA a Antoine contabilizar sua idade como os cães. Quando tinha sete anos, ele se sentia gasto como um homem de quarenta e nove anos; aos onze, tinha desilusões de um velho de setenta e sete anos. Hoje, aos vinte e cinco, na expectativa de uma vida mais tranqüila, Antoine tomou a decisão de cobrir o cérebro com o manto da estupidez. Ele constatara muitas vezes que inteligência é palavra que designa baboseiras bem construídas e lindamente pronunciadas, e que é tão traiçoeira que freqüentemente é mais vantajoso ser uma besta que um intelectual consagrado. A inteligência torna a pessoa infeliz, solitária, pobre, enquanto o disfarce de inteligente oferece a imortalidade efêmera do jornal e a admiração dos que acreditam no que lêem."
(Trecho do livro 'Como Me Tornei Estúpido', de Martin Page.)

Continue pensando...

“No meu tempo as coisas eram bem melhores, vocês não viram nada”. Você já ouviu isso dos seus avós, dos seus pais, e eu tenho vontade de estapear 120% das pessoas que começam a falar que “infância tem de ter bodoque e bola de gude”, ainda que eu mesmo pense que hoje em dia, essas crianças, sei lá. E já querem me estapear. Com razão, provavelmente.

Quando você faz algo bom, espera no mínimo uma medalha. Quer dizer, você conta para alguém o seu bom ato e espera a aprovação. Quando outra pessoa faz algo de bom, nunca é mais do que a obrigação. O seu bem é um ato de graça; o dos outros é simplesmente devido.

Quando você faz algo mau, foi compelido pelas circunstâncias. Quando outra pessoa faz algo de que você não gosta, ela é simplesmente malvada.

Quando você defende uma coisa pura e boa – a verdade! a vida! a democracia! a igualdade! a liberdade! as bolsas ecológicas! – , sempre faz isso pelas mais puras razões imagináveis, nunca jamais porque sua vida é chata, você está com raiva e, em vez de mostrar que é um ressentido, quer assumir o papel do anjo vingador, da promotoria do juízo final, alertando para a destruição iminente se os homens não endireitarem suas veredas. Quando outra pessoa defende alguma coisa de que você não gosta, ela é má, tem objetivos escusos, ou, na melhor das hipóteses, é uma tolinha iludida que merece a sua magnânima condescendência.

Você se reúne com seus amigos num clima de amizade e confraternização. Os outros de quem você não gosta só sabem falar mal das pessoas. Coisa que você nunca faz, claro.

Você não tem inveja. Por definição, esse é o sentimento que só pode ser atribuído aos outros. Você só sente no máximo aquela “boa inveja” afrescalhada, uma maneira de confessar admiração e demonstrar uma vulnerabilidade charmosa.

Não foi você quem começou. Foram eles. Você está só reagindo.

A diferença fundamental entre você e os outros, enfim, é que você está certo; suas motivações são puras.

Isso é o que me interessa agora. A formação dos duplos. Todo mundo pensa a mesma coisa a respeito de todo mundo e todo mundo está simultaneamente certo e errado. Todo mundo tenta demonstrar que é único e individual enquanto seus adversários são joguetes de forças maiores. Isso leva a uma denúncia universal, não a uma percepção da sua própria relatividade.
(Pedro Sette-Câmera, do Blog 'O individuo'.)

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Homem Máquina



“Esse trânsito vai me deixar louco!”
“Calma Seu Carlos...”
“Calma o Caralho, porra!”
“...”
“Eu tô nervoso e você vêm com esse papo de calma...”
“Desculpa Seu Carlos, mas por que tanto nervoso?”
“Sabe quanto eu paguei nesse meu carro?”
“Como assim Seu Carlos?”
“Porra! Quanto você acha que custa esse meu carro?”
“Nem faço idéia Seu Carlos...”
“Você não sabe nada... paguei 110 mil nesse carro!”
“Nossa...”
“Tá vendo essa bosta de carro aí na nossa frente?”
“Tô sim”
“Essa merda não paga nem o pneu desse meu carro, e mesmo assim ele tá aí na minha frente.”
“Hum...”
“E sabe qual é a minha vontade? Dê passar por cima desse lixo.”
“Entendi.”

domingo, 24 de janeiro de 2010

Lições cinematográficas



Hoje eu fui ao cinema assistir “Amor sem Escalas”, com George Clooney no papel principal. Do mesmo diretor do drama adolescente “Juno”, que concorreu ao Oscar no ano passado. E não será surpresa nenhuma se esse novo filme for um dos indicados em 2010.
Não se deixe enganar pelo título do filme em português, pois de filminho de amor, não tem nada.

O filme é bom; leve, com cenas engraçadas, boas sacadas, e George Clooney excelente no papel de um solteirão convicto, que vive a vida nas alturas, livre, literalmente.
O tipo de filme que me agrada bastante, ainda mais quando há uma certa identificação com o tema abordado. Então, qual é o tema?
Como já disse, um solteirão que leva a vida entre estar em aeroportos, de uma cidade a outra, e trabalha fazendo demissões de funcionários em algumas empresas pelos EUA. Ele não acredita em casamento, não quer ter filhos, adora viver sozinho (viajando), evita levar bagagens pela vida (uma metáfora muito boa!), tem poucos laços afetivos e não leva muita fé no amor romântico.
A carapuça serviu.


(Outra coisa que eu adorei, NÃO TEM FINAL FELIZ!)

The Colors of Cate Blanchett


(A melhor atriz da minha geração.)

sábado, 23 de janeiro de 2010

Deus dará


Ontem a noite grande parte dos artistas americanos foram pra TV gravar um especial para ajudar as vítimas do terremoto no Haiti; louvavel, sem dúvida! Já é bastante comum esse tipo de atitude e evento por lá.
Mas e por aqui?
Com tanta tragédia acontecendo no BRASIL e no mundo. Cadê os artistas brasileiros? "Ah! mas aqui a culpa é do governo! Eles que se virem, eu não quero nem saber!"

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Pelo direito de amadurecer nos tempos modernos.


Dizem que os homens demoram mais para amadurecer. Concordo em partes, mas o que 'nos' leva a isso? É biológico? Talvez. Mas tem uma coisa que deve ser bastante considerada. Vejamos:
Estando eu as margens e aproximando-me dos quarenta anos (vou fazer trinta e sete), não acho que eu não tenha amadurecido. (Porem, isso não sou eu quem julgo.)
Continuando: estando mais próximo dos quarenta, mulheres de quais idades você acredita que estariam a me rondar, na busca de fisgar um futuro quarentão? Pensariam vocês, devem ser mulheres de trinta, trinta e cinco, quarenta anos... Engano! Para contribuir com a 'nossa' imaturidade, estão meninas de dezenove, vinte aninhos. Aí eu pergunto: dê quem é a culpa dessa 'nossa suposta' imaturidade?

Mudando um pouquinho de assunto.

Cansei um pouco de ter que mostrar falsa juventude. Aquela juventude que já faz parte da vida social que temos que exibir nesses tempos modernos. Não vejo a hora em que eu possa assumir o desinteresse por algumas posturas, assuntos, e outras coisas que somos quase que obrigados socialmente.
Acho tão bonito aqueles homens (ou mesmo mulheres) que amadurecem com tranquilidade, que parecem pertencer a um outro estado de existência psicológica, onde aquela postura de ser o eterno galã desaparece, dando lugar ao encontro de outras descobertas e interesses.
*

("É sedutor porque é inconstante ou é inconstante porque é sedutor?")

Pueblos de Mil Colores


Já faz algum tempo, tenho feito muitas amizades na internet com pessoas de países latino americanos (Perú, México, Argentina, Colômbia). Ou melhor, mulheres latinas, pra falar bem a verdade (claro!). Além do meu já tradicional e antigo interesse por outras culturas, outros povos, faço isso pra exercitar meu espanhol, que por sinal, está cada vez melhor (modéstia a parte).
Tem sido uma experiência incrível, maravilhosa. Além de serem pessoas muito amáveis (os argentinos[as] um pouco menos), eles trazem consigo algo que não encontramos no Brasil, essa coisa da sermos latino americanos, da força e da união que esses outros países tem entre si, e que nós não fazemos parte (infelizmente!), por vivemos nesse ‘universo paralelo da língua portuguesa’, e a toda essa latinidade que também é nossa, mas que está esquecida, e cada vez mais distante.

As mexicanas são as mais amáveis, interessadas, e mostram gostar do Brasil. Assim como as peruanas... Enfim, tem sido uma das melhores experiências que a internet tem me dado.
O lado ruim dessa história, é perceber como os EUA ainda exercem uma força sobre alguns povos latinos (inclusive conosco), fazendo com que algumas culturas se percam (por acharem-se inferiores) e derrubando sem dó o orgulho de alguns povos, fazendo com que eles sintam-se inferiorizados em relação aos ‘belos, ricos, descolados e modernos americanos’.

Ahh se eles soubessem de toda verdade...

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Sensações


Estou tentando substituir meu idioma por outro. Num processo de construção de uma nova identidade. Com isso, tornar-me o estrangeiro que sempre fui.

A dor do outro em mim

(Zilda Arns com crianças indigenas)

Uma coisa é ficarmos tristes com a tragédia dos outros, sermos solidários; podemos até sofrer junto. Outra coisa é irmos ao encontro, abrir mão do nosso descanso e conforto, arregaçarmos as mangas e ajudar, literalmente. Não que ajudar a distância também não seja uma boa forma de ajudar, claro que sim, mas o que faz desses seres humanos mais propensos a ajudar o outro? Talvez sejam apenas mais humanizados; lembram-se que 'eles são o outro'.

(Ricky Martin no Haiti, 20/01/10)

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010


O mundo é um lugar muito louco. Mesmo. Enquanto uma parte da imprensa brasileira cobre a tragédia no Haiti, outra parte cobre o SPFW. Não quero com isso levantar bandeira do que é mais importante, ou o que é o “certo”. Fiquemos só no campo da reflexão. Afinal, o que é futilidade diante da tragédia?

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Com que camiseta eu vou?

Na semana passada, fui a uma festa na casa de uma amiga. Um dos convidados era um rapaz cubano. Logo me aproximei, como alguém que se aproxima de um extraterrestre. “Como você conseguiu sair de Cuba?” Não perguntei. Fiquei com medo. Vai saber o que o cara está tramando. Mas enfim, puxei papo, e ele entendia bem o português, mas se expressava num portunhol difícil. Conversei bastante com Juan; 29 anos, músico, está no Brasil há 3 semanas, estava indo pra Salvador, vai ficar lá até o carnaval. “Fica tranquilo que o Fidel tá sabendo”, ele disse fazendo graça. Explicou que o ministério da cultura mandou alguns músicos cubanos pra conhecerem o carnaval baiano e fazerem intercâmbio cultural em algumas cidades do Brasil. Uma espécie de férias comunista.

Mas o que eu quero relatar aqui é outra coisa. Juan estava usando uma camiseta com a foto do Che Guevara. Pelo que senti, deve ter sido algum presente de brasileiro. Alguém quis ser gentil e dar-lhe um presente de boas vindas, algo como se nós brasileiros fossemos para outro país e alguém nos desse uma camiseta da seleção brasileira com a foto do Pelé.
Aí um senhor engraçadinho que estava na festa, chegou pra ele (Juan) e começou a fazer piada com a camiseta, dizendo que Che não tinha mais nada a ver, que era coisa do passado, coisa de argentino, que a história dizia que Che tinha sido um sanguinario e baderneiro comunista. Eu percebi que o clima não estava ficando bom. Tentei ajudar o cubano a se defender do papo furado do cara, que já estava meio bêbado e querendo se aparecer para as garotas. Por sorte o cubano era muito tranquilo e gente boa, pois a coisa poderia ter ficado feia.

No final da festa, quando eu estava indo embora, perguntei para o Juan se ele estava chateado com o papo do cara sobre o Che. Ele disse que não, que lá em Cuba essas discussões são bem comuns e que ele tira isso de letra. Mas o mais surpreendente foi ouvir o seguinte comentário do cubano: “Eu reparei que aquele cara estava usando uma camiseta da Nike, engraçado né, pois a Nike, como todos sabem, é uma das empresas que mais fatura no mundo explorando países pobres. A maioria do seus produtos são feitos por mão de obra barata, exploratória. Pagam pouco e cobram muito pela marca. Além de criar nos jovens e adolescentes um desejo fora do normal por seus produtos. Eu soube que em alguns países eles matam para roubar um tênis dessa marca...”
Não poderia ter me dado uma resposta melhor. Mas como eu prefiro as perguntas; o que mata mais, o capitalismo ou o comunismo?

Gente bonita

Você já deve ter ouvido a frase: “Só tinha gente bonita.” Geralmente quando uma pessoa vai a alguma festa ou evento bacana, com pessoas de poder aquisitivo alto, de cor branca, influentes socialmente, é comum depois a pessoa dizer que só tinha 'gente bonita'.
Confesso que a frase sempre me incomodou. Por dois motivos; primeiro é que por trás desse 'gente bonita' há bastante preconceito. E o segundo motivo, e o mais engraçado e verdadeiro, é que geralmente a pessoa que diz que só tinha gente bonita, é feia. Então, como 'só tinha gente bonita' se ela mesma estava lá?

É melhor rever os conceitos.

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

A métrica da qualidade

"Avatar ganha o Globo de Ouro 2010."

Não que eu ache Avatar um filme ruim, pelo contrário, acho bacana. O problema é como pode se reconhecer nele o título de 'melhor do ano'. Eu não encontro onde. A história é razoável, bem simples e básica. Pode ser que uma história simples adicionada a efeitos especiais fantásticos, a coisa funcionou bem. (Não vamos esquecer do marketing absurdo que esse filme recebeu. Isso custa dinheiro e precisa dar retorno a qualquer custo.) Mas até aí escolher como o melhor filme, complica.
Aí como faz pra explicar o que é um filme ruim? A distância entre o bom é o ruim fica bastante curta, um fio de navalha. Abaixaram bastante a régua da qualidade dos filmes. Mas isso acontece nos EUA, um país que me desperta cada vez menos prazeres artísticos. Mas também faz sentido que após um ano de crise econômica, eles (EUA) queiram fazer dinheiro. Quem sabe quando sairem da crise, e com bastante dinheiro em caixa, os estúdios voltem a pensar na qualidade dos projetos e roteiros.
Pensando melhor, só é possível arte com dinheiro no bolso. Ou alguém deixa, por exemplo, de comprar comida pra comprar obra de arte? Primeiro a barriga cheia, depois vem o resto.

domingo, 17 de janeiro de 2010

Viva Latin America!

Eu já escrevi aqui no blog, mas vale repetir. Draco Rosa é um dos melhores artistas atuais da América latina, que faz música pensando na América latina. A prova disso é o vídeo dessa música incrível. Direção de arte impecável.


"Besar tus ojos oscuros,
dejar atrás las heridas
Dormir, dormir pegado a tu pecho
Esto es vida
Cerrar mi mano en tu mano
Y beber tu dulce saliva
Meter mi cuerpo
Meter mi cuerpo en tu cuerpo
esto es vida
Vamos a hacer nuestra casa en el cielo
en el cielo de alguna selva
Cultivar amor en rama
y plantar plantar estrellas
Beber amor cada noche
y comer amor cada día
esto es vida… esto es vida
quemar el tiempo pasado
dejarlo todo en la huida
estar desnudos de todo
esto es vida."

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Autoperguntas e Autorretratos

"Autorretrato , muitas vezes é definido em História da Arte, como um retrato (imagem, representação), que o artista faz de si mesmo, independente do suporte escolhido. Nesses retratos - em que os artistas se vêem e se deixam ver pelo espectador -, de modo geral, o foco está sobre o rosto, quase sempre em primeiro plano. O semblante do retratista/retratado raramente se apresenta em momento de relaxamento ou felicidade. Em geral, a visão do artista sobre si próprio é sombria, angustiada e até mesmo cruel, quando se evidenciam defeitos físicos ou mutilações. O exemplo mais célebre nessa direção é o Auto-Retrato com Orelha Enfaixada, pintado por Vincent van Gogh (1853-1890)."


Frida Kahlo é uma das minhas artistas favoritas. Também existem muitas representaçãos suas em auto retrato. Mas o que mais me chama atenção é a fato de seus quadros, repletos de cores e surrealismos, estarem representados também na sua própria auto imagem. Como se a artista fizesse de sí própria uma extensão de suas obras. As cores que se fazem presentes em contra ponto com suas dores físicas e emocionais, como que colorindo onde existia dor. Ao mesmo tempo em que utilizando as cores fortes representava a sua cultura e a de seu povo (México).


Meu autorretrato foi feito com a saturação das cores, sobre os efeitos de uma baixa luminosidade, deixando assim aspectos de pintura sobre foto, um efeito inesperado, assim como sempre são os autorretratos. Que nesses casos não estão sobre a visão narcisistica, mas sim sobre forma de autoperguntas, onde as respostas também se tornam indagação.


("O homem olha sua face, interrogando-se, e não sabe quem é". Iberê Camargo.)

Ensaio Sobre A Pobreza


Vendo as cenas terríveis na cidade de Porto Príncipe, no Haiti, não teve como eu não associa-las a cenas do filme "Ensaio Sobre A Cegueira".
O filme que levanta uma série de questões como: Até onde somos capazes de ir quando o caos se instala? Somos solidários ou individualistas diante do caos? Enfim, pelo que se pode ver, a índole humana também é bastante vulneravel diante da tragédia.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Paralelos

(Tela Noite em Arles, Van Gogh)
Lendo a biografia de Vincent Van Gogh, onde ele em carta conta sobre sua saída da Holanda para a França, encontrei esse trecho que destaco: “Quando vim para cá esperava que fosse possível criar amantes da arte – até agora não fiz nem um centímetro de progresso no coração das pessoas. (...) Mas até agora a solidão não me incomodou muito; encontrei um pôr-do-sol mais forte e seu efeito na natureza mais interessante.”
Primeiro ponto interessante é que ele está na França e diz que tem dificuldade em encontrar 'amantes da arte'. E segundo, ele fala sobre solidão. Por que a maioria dos grandes artistas queixam-se da solidão? E por fim, encontra na contemplação solitária as suas maiores inspirações.

quarta-feira, 13 de janeiro de 2010

Artista

Um dia assistindo a um show e conversando com uma amiga que é pianista, perguntei-lhe se era possível um músico atingir um nível ainda mais alto do que aquele que nós estávamos assistindo. Na época ela respondeu que, sem dúvida, qualquer músico é muito melhor do que aquilo que estamos vendo ele fazer.


Claro! Por que eu não pensei nisso antes? Você nunca teve a sensação de estar fazendo alguma coisa boa, de qualidade, e ao mesmo tempo saber que se você se esforçasse um pouco mais poderia fazer ainda melhor? Ninguém termina nada com a sensação de que não poderia fazer melhor.
Pois bem, isso muda tudo em relação ao artista analisado, mas não em relação a sua obra, pois essa recebe o julgamento por si só.

Agora eu continuo a perguntar. (Isso é o que mais tenho feito)
Será que os grandes gênios fizeram tudo o que podiam? Picasso poderia ter sido mais genial? E Mozart? Pelé? Milles Davis? Eles poderiam ter ido além com um pouco mais de esforço e dedicação?

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

Conversas com Almodóvar


"Lia o tempo todo. Devia ter nove anos quando comprei meu primeiro livro. Como ninguém me disse o que devia ler, nem me recomendou o quer que fosse, fiz minhas descobertas sozinho. Não sei se eu era maduro, mas hoje percebo que as coisas que me interessam agora já me interessavam naquela época. Não precisei de educação para descobri-las; elas me foram reveladas muito cedo. Eu estava sozinho, completamente sozinho. Houve poucas trocas nas relações que tive com os meus colegas, nossos interesses não eram os mesmos. Entrei em contato com tudo que gostava na mais absoluta solidão. Mas as crianças desenvolvem uma grande força na solidão. Também podem desenvolver uma grande neurose, mas por sorte não foi o que me aconteceu, com certeza porque era também um espectador muito bom da vida dos outros. Mas, apesar de tudo, uma testemunha, nunca um participante."

(Trecho do livro Conversas com Almodóvar, o qual estou lendo e onde existe traços de identificação.)

Sindrôme da fama


Será que existe alguma coisa que ligue os fatos do Brasil ser o país onde a franquia Big Brother faz mais sucesso no mundo, com o fato do Brasil ser o país que mais cresce em numero de pessoas nos sites de relacionamentos como Orkut, Facebook e Twitter?
Por que Big Brother e Orkut continuam a ser um grande sucesso no Brasil?

Mudando de assunto...

Como você reage sabendo que aquele produto de determinada grife que você comprou não foi fabricado pela própria marca, mas sim por uma terceirizada no terceiro mundo? E sabendo que essa terceirizada paga salários baixíssimos para os funcionários que os fabricam? E se você descobre que aquele produto teve um custo 20 vezes mais baixo do que foi pago na loja? E que essa empresa/grife explora países pobres com mão de obra barata.
Até a que ponto as marcas te influenciam?



"Enquanto eu tiver perguntas e não houver respostas... continuarei a escrever." (Clarice Lispector)

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

Estética duvidosa

As vezes eu fico pensando se as pessoas usam determinadas roupas por que está na moda, ou por que elas acham realmente bonito?


E você, o que te influência na moda?

domingo, 10 de janeiro de 2010

A Procura de Si Mesmo



Hoje eu fui ao cinema assistir ‘A Procura de Eric’. Filmaço. Daqueles filmes que deixam a gente com a alma lavada, que nos devolvem uma certa humanidade perdida, e onde heroísmo americanizado não tem vez. Onde não há heróis nem vilões, só seres humanos com suas imperfeições e acertos.


E a leitura obrigatória do final de semana foi a revista Bravo desse mês, com nada mais nada menos que La Grand Diva Penélope. Me encanta!

sábado, 9 de janeiro de 2010

Ponto de Partida

Eu estava programando pra esse ano uma viagem por países da América latina não turística (Bolívia, Equador, Colômbia...) Estou procurando conhecer as raízes da América latina, que já é um desejo antigo. Mas pensei o seguinte; vou conhecer a América latina mas ainda não conheço as raízes do meu próprio país, sendo ele o maior e mais influente da América do sul. Não faria muito sentido, e também estaria fazendo um caminho contrário ( que vindo de mim, não é de se estranhar), começando a casa pelo telhado.
Então está decidido, minha jornada começa pelo Brasil, principalmente pelas cidades do interior do nordeste. Conheço muito pouco do norte e nordeste do Brasil, então vamos lá conhece-lo.

(Retirantes - Portinari)

sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Divercidade cultural



O etnocentrismo é a atitude característica de quem só reconhece legitimidade e validade às normas e valores vigentes na sua cultura ou sociedade.

Tem a sua origem na tendência de julgarmos as realizações culturais de outros povos a partir dos nossos próprios padrões culturais, pelo que não é de admirar que consideremos o nosso modo de vida como preferível e superior a todos os outros. Os valores da sociedade a que pertencemos são, na atitude etnocêntrica, declarados como valores universalizáveis, aplicáveis a todos os homens, ou seja, dada a sua "superioridade" devem ser seguidos por todas as outras sociedades e culturas. Adotando esta perspectiva, não é de estranhar que alguns povos tendam a intitular-se os únicos legítimos e verdadeiros representantes da espécie humana.
(Luíz Rodrigues, Lisboa, 2003)

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Villa



Existem bastante coisas do Maestro Villa-Lobos no Youtube, mas esse video é um dos mais bonitos. Bachianas brasileiras no. 5 interpretada pela maravilhosa Anu Komsi, é a minha preferida.
Em tempos de Susan Boyle, é bom ver uma cantora de verdade como essa.

Amor romântico X Felicidade



Quando fiz esse blog, disse que se eu encontrasse textos que falassem melhor do que eu sobre determinados assuntos, aqui eles teriam espaço e seriam reproduzidos. Mas as vezes esses textos são tão bons que vão além, dizem exatamente tudo o que eu penso e gostaria de dizer de uma forma ainda mais rica e profunda, com mais dados e detalhes do que eu conseguiria levantar.
Esse é o caso do texto abaixo reproduzido. Fala sobre o mito do 'Amor Romântico', um assunto que vêm me interessando há bastante tempo.

Acho que foi um professor de cursinho quem contou em classe o mito dos andróginos. Parte homem e parte mulher, esses seres eram tão completos e tão felizes que despertaram a inveja de Zeus. Irado, o patriarca do Olimpo disparou raios que separaram em duas cada uma das criaturas perfeitas. Desde então, elas vagam pelo mundo em busca de sua metade. São solitárias e incompletas. Somos nós.

Não sei o que os gregos queriam dizer ao criar essa lenda, mas a maneira como nós a interpretamos, modernamente, é muito clara: existe alguém lá fora que nasceu para nós. Enquanto não acharmos essa metade (o amor verdadeiro) jamais seremos felizes.

Muitos de nós acreditamos nisso o tempo todo. Outros acreditam apenas de vez em quando. Raro é encontrar alguém totalmente imune a essa espécie de esperança (ou seria armadilha?) romântica.

Mas eu às vezes me pergunto se essa é uma ideia construtiva. É saudável imaginar que a nossa felicidade não depende de nós, mas, sim, de outra pessoa qualquer? Mesmo sem tomar o mito dos andróginos ao pé da letra, milhões de pessoas adiam o futuro diariamente à espera de que a vida lhes traga um grande amor, aquele que vai colocar tudo nos eixos.

Eu pergunto de novo: essa é uma ideia saudável?

Há um livro do qual eu gosto muito que trata dessa questão – a ideia do amor romântico – como nenhum outro. Chama-se “Sem fraude nem favor, estudos sobre o amor romântico” e foi escrito pelo psiquiatra e psicanalista pernambucano Jurandir Freire Costa, uma das pessoas que melhor fala dos sentimentos e das emoções no mundo real (que é o contrário do mundo idealizado no qual a gente, sem perceber, passa a maior parte da nossa vida).

Nesse livro, Jurandir afirma que o amor romântico – ao contrário de tudo que nos dizem – não é natural e universal, não é incontrolável e nem é condição essencial à felicidade humana. Isso seriam apenas coisas em que se acredita.

Não vou reproduzir os argumentos minuciosos e nem a prosa erudita do escritor, mas essencialmente ele afirma que o amor exaltado, sublime e raro que nós endeusamos é uma invenção social (como a música) e uma crença (como a religião) que pode perfeitamente ser questionada e modificada. Não existe um jeito eterno e imutável de amar, diz ele. O amor e a forma de encará-lo sempre variaram ao longo da história. Se nosso jeito atual de amar nos parece opressivo, antiquado ou insatisfatório, que tal tentar outra forma de amar?

É estranho pensar no amor dessa maneira, não? Estamos acostumados a vê-lo como algo imutável, quase sagrado, que as pessoas têm ou não têm, conseguem ou não conseguem. Mas claramente não é assim. Ao redor de nós existem pessoas que tratam o amor de forma muito diferente entre si. Fulano é muito romântico, quase tonto, enquanto fulana é de um pragmatismo inquietante: sabe exatamente o que deseja e vai atrás. Essas são diferenças reais, que mostram que o bicho amor não é exatamente o mesmo para todo o mundo.
Quando se compara o nosso modo de agir e pensar com o das outras culturas, as diferenças ficam ainda mais óbvias.

Lembro de ter tido, anos atrás, uma conversa muito interessante com um amigo nissei que havia morado no Japão. Éramos os dois casados e eu me queixava das dificuldades do casamento. O amigo, mais velho, respirou fundo e me disse que, no Japão, eles achavam que casamento era uma coisa muito séria para ser decidida por paixão. Se você ia passar a vida com alguém, as compatibilidades eram mais importantes que o desejo.

Na hora achei aquilo esquisito, mas hoje percebo que ele estava sugerindo apenas outra forma de olhar para a mesma situação: diante da escolha do casamento, que tipos de sentimentos são mais importantes?

Nos últimos dias, eu tenho pensado muito em um aspecto particular da nossa ideologia do amor, aquele que diz que é impossível ser feliz sozinho. Não é só a música de Tom Jobim que afirma isso. Tudo que nos circunda brada a mesma mensagem. Ela está nos filmes, nas novelas, nas conversas. Ausência de parceiro é sinônimo de infelicidade, fracasso ou esquisitice. Ou tudo isso junto.

Talvez seja verdade que as pessoas sem parceiros tendem a serem menos felizes, mas o contrário certamente é falso: estar com alguém, ter alguém, não é garantia de felicidade.
A gente sabe disso, a gente vive isso, mas, socialmente, a gente não divide essa informação. Para todos os efeitos públicos, vale o seguinte combinado: se a pessoa está casada, ou tem um namorado bacana, sua vida está “resolvida”. Mas isso é falso, não?

Namorei uma vez uma moça cujo pai, um sujeito espetacular, casado com uma mulher encantadora, estava há meses numa terrível depressão. Eu olhava para o sujeito e não entendia. Ele tinha mulher, filhos, casa, profissão, amigos e... tinha desmoronado. Os motivos íntimos da derrocada talvez nem ele soubesse, mas a lição para mim foi clara: nossas questões interiores não se resolvem com a parceria amorosa, nem mesmo com a família.

Não adianta nos cercamos de um cenário de propaganda de margarina (mulher, filhos, cachorro, condomínio) porque, ao final, nossa felicidade depende de nós, das forças interiores que nós somos capazes de mobilizar. As pessoas que amamos nos ajudam, mas elas não substituem nosso amor próprio, nossa motivação e a nossa estabilidade. Precisamos das pessoas, mas precisamos ainda mais de nós mesmos.

É por isso que a promessa de felicidade amorosa às vezes me incomoda. Ela é falsa. Ela é uma forma de propaganda enganosa. Ele conduz as pessoas numa procura inútil por alguém que as faça sentir inteiras e completas, quando, na verdade, essa sensação de inteireza talvez seja inalcançável.

Se a gente olhar de novo para o mito do andrógino, talvez haja nele outra sabedoria a ser extraída: a de que nós, homens e mulheres, somos criaturas intrinsecamente solitárias. Vivemos em grupo, precisamos do grupo e buscamos conforto na intimidade do outro, no amor. Mas talvez seja da nossa natureza jamais nos sentirmos inteiros e completos.

Talvez haja em nós uma inquietação inextinguível e uma angústia que advêm da nossa própria consciência e que nos torna humanos. O amor seria então um alento, um consolo, uma fogueira que nos protege do frio. Mas o frio está lá. E a melhor medida da felicidade talvez seja a forma como lidamos com ele. Como indivíduos, não como casais.

(Ivan Martins, editor da revista Época.)

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Eu ando pelo mundo prestando atenção em cores.




Fake Show



Na próxima semana começa mais um Big Brother. O programa já entrou no calendário nacional. Todo mês de janeiro começa um Big Brother que dura pelo menos 3 meses. Já assisti a vários deles, mas confesso que dessa vez tô fora. Nas últimas edições ficaram claras as manipulações do programa em busca de audiência. Se a audiência está morna, eles dão um jeito de esquentar, seja colocando pessoas de uma hora pra outra dentro da casa, ou criando provas bizarras sem nenhum critério ou bom senso.
Claro que esse é um direito que a Globo se reserva, afinal eles são os detentores dos direitos do programa no Brasil. O que não dá é pra gente ficar fingindo que tudo aquilo é verdade, sem manipulação, e a globo fingindo que a gente acredita.
É tudo, menos 'reality show'.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Gostosa



Nunca tive problema com mulher gordinha. Na verdade, até prefiro. Quem me conhece sabe disso, pois eu sempre digo; existem mulheres feias e mulheres bonitas, tanto gordinhas, quanto magrinhas. E eu gosto é de mulher bonita, independente de estar com alguns quilos a mais. Mas uma coisa é estar gordinha, com alguns quilos extras, e outra é estar obesa. Aí sai de lado a estética e entra a questão da saúde.

Aventura em Pandora



Ontem fui assistir Avatar e achei bem legal. Uma ótima diversão. Uma história simples, que fala sobre ecologia, ganância do homem pelo poder e dinheiro, amor pelos animais e pela natureza, o bem contra o mal. (No caso o bem são os ETs, e não os terráqueos) Tirando o visual, que com certeza é o melhor já produzido pelo cinema de ficção, o restante é o básico do que o cinema de hollywood pode nos oferecer. Confesso que esperava um pouco mais da história, mas também não posso esperar muito se tratando de cinema ultra-pop. O problema sou eu que espero demais de onde a expectativa deveria ser outra. Mesmo assim é uma excelente diversão.

Matrix continua sendo o melhor filme de ficção científica, com conteúdo e profundidade.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Coisas do Brasil

Tragédias a parte, é nos meses de janeiro e fevereiro que o Brasil mostra a sua cara mais bonita. Ou então, são nesses meses que o Brasil mostra a sua vocação, a sua utilidade para o mundo. O país se transforma no melhor lugar do mundo para quem procura praias, calor, diversão e belezas naturais (mulheres bonitas também). Sim, pois ninguém vêm para o Brasil no inverno, ou contrário, no inverno se sai do Brasil, vamos curtir o frio em outros países, ou na pior hipótese, um friozinho nas cidades montanhosas do sul.


Fico imaginando como não deve ser na cabeça dos gringos conhecer o Brasil. Pois é um país que não se parece com nenhum outro. É pobre, mas está cheio de coisas de ricos. Somos latino americanos, mas nada temos em comum com nossos hermanos latinos, somos diferentes realmente. A mistura é a nossa identidade. Deve ser complicado na cabeça dos turistas organizar uma visão do Brasil. Se nós mesmos não nos entendemos bem, o que dirá os estrangeiros?

Mudando de assunto...

Cada dia vivos e um pouco o cada dia de nossas mortes. E então vamos morrendo de saudades. Eu morro de saudades. Quando eu morrer quero o diagnostico de 'morto de saudades'. Tenho saudades até do que não vivi. Tenho saudades da inocência perdida, por isso ainda carregue o resto dela um pouco viva dentro de mim. Se tem alguma coisa que nessa década morreu foi a inocência. Tem quem dê graças a Deus, que já foi tarde. Sei lá... Eu tenho minhas dúvidas (como sempre). Mas tem um preço a se pagar por ainda ter resquícios de inocência, por exemplo; acreditar que é possível ser amigo (de verdade, com bastante contato) de mulher solteira, sem que manifeste-se o desejo de ir além da amizade.

*

Hoje li uma matéria em que uma frase me fisgou; 'vivemos numa época da sensualidade como parâmetro de status.' Afinal, como vivem as pessoas que não manifestam sensualidade? Por que tem tanta coroa querendo ser gatinha?

Ter saudades e querer conservar-se jovem não é contraditório, mas pode ser triste pra caramba. Depende dos tipos de alicerces que você contruiu dentro de sí.

sábado, 2 de janeiro de 2010

Ooolé!


Como está cada vez mais difícil envolver-se num relacionamento duradouro. Digo isso primeiramente por mim, e depois pelo que vejo de quantas pessoas se encontram solteiras. Tenho fugido de relações 'amorosas' (ou se preferirem, 'românticas') sistematicamente e involuntariamente.
Sistematicamente, porque já não é a primeira nem a segunda vez que escapo do laço de uma moçoila em busca de um namorado. E involuntariamente, porque não é algo que faço de caso pensado, pelo contrário, estou sempre bem intencionado, mas não acontece a mágica esperada.

Na minha mais recente tirada de corpo fora, foi numa festa na qual fui saudado por todos como o 'namorado' de uma garota que até então estava sendo uma boa companhia e amizade. Levei um susto quando todos diziam: “Esse é o André, namorado da fulana-de-tal.” O principal envolvido (eu!) não sabia que estava namorando e não sabia como escapar dessa sem ser deselegante com os que me saudavam como o “namorado da fulana-de-tal”. Restou-me apenas dizer: “A gente ainda tá se conhecendo e tal...”
E pelo jeito o conhecimento vai ficar por aqui; depois dessa vai acontecer um distanciamento necessário por minha parte. Uma amizade que poderia render frutos vai esfriar por tentativa de agarrar o touro a unha.