terça-feira, 25 de agosto de 2009

Educação pirata


Eu ainda sou um daqueles que acreditam que é possível locomover-se pelas cidades usando o transporte coletivo. Acredito que deixando o carro na garagem eu contribua com um transito menos caótico e um ar mais puro nas cidades. Confesso que além dessa minha colaboração “ecosocial”, acho chiquérrimo (e invejo) ver em filmes europeus as pessoas elegantemente trajadas, indo e vindo de baladas e restaurantes, transportadas por ônibus ou metrô.
Esse meu sonho está tornando-se um pesadelo a cada dia que ando de ônibus aqui em minha cidade (Jundiaí-SP), pois a falta de educação dos passageiros, me impede de ver esse sonho um dia realizado.

Os terminais de ônibus transformaram-se em verdadeiras “praças de degladiação”. Quando os ônibus chegam na plataforma de embarque, o que se vê é uma cena bizarra. Quem quer descer do ônibus não consegue, pois os que querem subir não deixam, ficam naquele empurra/empurra assustador. Vejo senhoras, crianças e mulheres em situações deploráveis, todos ali se 'animalizando', seja ativamente ou passivamente.

Aí a minha pergunta: Dê quem é a culpa?
Nesse caso a culpa é da população, claro. Não tem como o Estado encarregar-se de ensinar bons modos. O máximo que se pode fazer é uma conscientização, ou melhor, o Estado tem que se 'paternizar' para uma população sem rumo, órfãos de educação. Uma população que espera tudo do Estado, inclusive que lhe ensine bons modos.
O que me deixa mais perplexo é que as mesmas pessoas que pedem um transporte coletivo mais digno e de melhor qualidade, são os mesmos autores dessas batalhas urbanas.

É chegado o tempo da educação como artigo de luxo. Mas o problema é que esse artigo de luxo não tem onde comprar. Nem mesmo piratiado.

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