segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Mal costume



Os homens do Rio Grande do Sul são demais mal acostumados.
Eles mesmos sabem disso. Conversando com um taxista que me perguntou o que eu estava achando das gauchas, eu lhe devolvi com essa questão; eles são mal acostumados confesou, já nem "estranham" quando cruzam nas ruas com sósias de Anas Hickmans ou Renatas Fans.

É... realmente é descomunal a quantidade de mulher bonita em Poa e no restante do RS.
É até meio complicado andar pelas praças e parques da cidade sem desviar a atenção, pois em qualquer dobrada de esquina você pode ser surpreendido por uma futura Miss Brasil em potêncial.

Italiana + Alemã + Portuguesa; uma mistura que deu muito certo!

domingo, 29 de novembro de 2009

Pôr do sol no Guaíba


Um dos programas imperdíveis em Poa é curtir o por do sol nas margens do rio Guaíba. Foi o que fiz hoje. Encantado.

sábado, 28 de novembro de 2009

Dias no Sul


Ontem eu fui à Casa Mário Quintana, um antigo hotel dos anos 30 que foi transformado num centro cultural (cinema, teatro, museu, café, bar e restaurante) em homenagem ao ilustre poeta Mário Quintana. Lugar muito legal, respirando cultura por todos os lados.
Fora que o chopp é muito bom!

quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Vou pra Porto Alegre, Tchau!


Estou indo pra PoA hoje.
É um retorno, mas como se fosse a primeira vez, pois na visita anterior eu ainda era bem criança.
Porto Alegre é a mais européia das capitais brasileiras. Com o maior índice de mulher bonita por metro quadrado das Américas.
Acho que vou gostar...

sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Em Busca da Simplicidade


(Encontrei o texto abaixo num blog chamado 'Entre Mãe e Filha', muito bacana por sinal. Fala justamente do tipo de simplicidade que eu busco, além de ter a mesma perspectiva de bem estar que eu procuro pra mim.)

Morar na europa é reaprender a ser simples!
Pelo menos aqui na Alemanha. O que parece uma grande contradição para um brasileiro que vive no Brasil. Quando você diz que mora na Alemanha (ou na Suiça, ou em Praga, nos EUA, sei lá) as pessoas logo exclamam: „nossa, tu tá podendo hein?! que chique!“ou pode acontecer ainda como acontece comigo, muitos deixam de falar com você como falavam antes.
(...)

Eu sempre dei mais valor às coisas simples. Nunca fui ligada em jóias, coisas de marca, carros de luxo ou coisas muito caras... luxo pra mim é de fato muitas outras coisas que o óbvio.
Aliás, com o passar do tempo, o conceito de luxo mudou e muda constantemente. Para muitos, luxo é grife cara estampada na roupa, nos acessórios, nos sapatos, jóias, carros, maquiagem, para outros é algo bem diferente. E depende muito da necessidade de cada um.
Viver na europa pode ser luxo ou não, assim como viver no interior do estado do Amazonas, na beira do rio, pode ser também. Tudo depende de como você vê as coisas, de como está seu estado de espírito, de como você vê o mundo.
As pessoas aqui são extremamente simples e não entendem como as brasileiras podem dar tanto valor às coisas materiais... Explico: algumas brasileiras aqui são, digamos, deslumbradas demais, dão muito valor ao supérfluo e isso os alemães já notaram faz tempo. Certa vez fui interrogada por uma professora no curso de alemão: ela dizia que eu parecia bem diferente de outras mulheres do meu país que havia conhecido, e perguntava muito intrigada, de onde vem esse valor extremado ao material.
„Cada pessoa é um ser diferente do outro“, foi o máximo que pude responder, mesmo sabendo que ela falava um fato.

Um dia conheci uma menina mineira, de uns 20 e poucos anos, que se dizia extremamente livre aqui, livre de toda a tonelada de maquiagem que usava em Beagá, das infinitas idas e vindas ao shopping pra poder estar aos pés da amigas e primas, livre da escravidão de escovas e chapinhas semanais nos cabelos já maltratados.
Nunca fui escrava de salão, mas entendo o que ela disse.
Ela se dizia livre porque vê que aqui as pessoas não estão preocupadas com a tua roupa, com teu cabelo, com a grife da tua calça jeans, com teu relógio novo e carésimo, não estão mesmo, aqui as pessoas te medem por um outro medidor: o teu interno é o que importa, é o que você é, a tua simpatia e educação, o respeito que você mostra ao outro, etc. Aqui você não precisa se preocupar em comprar todos as roupas novas da estação, você pode usar o mesmo casaco de inverno por todos os invernos de tua vida que ninguém vai se importar, o sapato pode ser o mesmo por longos anos que não vai ter ninguém se incomodando com isso, cabelo unha e maquiagem? Você mesma faz! Afinal o custo de ir a um salão são poucos bolsos que encaram, pois há muito mais coisa especial a se fazer com aquele dinheiro: uma ida ao museu, juntar pra próxima viagem de verão, ir ao um show no Waldbühne em Berlim, comprar aquele item que faltava pra o teu hobby predileto, pintar ou trocar a velha bicicleta...
E falando em bicicleta, lembro quando estudava em Manaus e morava em Itacoatiara, fazíamos excursões à floresta em Itacoatiara, que é um pólo moveleiro no Amazonas, e os alunos da universidade riam de forma debochada ao ver os estacionamentos das escolas ou empresas cheios de bicicletas (antes de o povo de Itacoatiara entrar na febre das motinhas, todo mundo usava bicileta). Pobres manauenses! o que pra eles era luxo (ter um carro) em outros países é lixo!
Sim, é claro que aqui tem carro, e muito! Mas tem também muita consciência ecológica e respeito ao próprio bolso. O povo faz questão de usar os bondinhos, os trens, os ônibus (que têm um serviço exemplar de qualidade e pontualidade) e bicicleta, e até mesmo patins, patinetes. Manter um carro aqui é muito caro! Quando viajam pra outras cidades, fazem uso constante do serviço de caronas (na internet é anunciada a ida e volta, se for o caso, e as pessoas se comunicam por ali) pagando-se muito mais barato do que indo com seu próprio carro, por avião, ou mesmo trem, que não é tão barato quanto se pensa. Comida? Come-se tudo o que está no prato! Deselegante aqui é deixar resto. Desperdício é falta de respeito. Água, luz, aquecimento elétrico em casa é sempre economizado. Pra enconomizar água, toma-se banho todos os dias, claro, mas aproveita-se pelo menos um dia na academia e pra lá tomar banho... é um dia a menos de gasto em casa! Louça é lavada sempre na máquina de lavar, gasta-se menos água do que usando a pia normal. E se caso for usar a pia pra lavar louça, enche-se esta e lava-se a louça que já ficou de molho por uns instantes, sem enxaguar! (isso ainda dobra meu estômago!). Roupas? Compra-se muito em liquidação ou em lojas de second hand. Empregada, babá, diarista? Aqui tem nada disso não! A empregada, faxineira, cozinheira, lavadora de privada é você mesmo!

- Quer conhecer uma curiosidade do homem alemão? Ele não faz xixi em pé no vaso! E diferente do que o brasileiro afirma, isso não é sinal de ser gay! Aqui as mães criam o filho pro mundo independente, e mulher não faz tudo pra homem aqui não... nem mesmo a mãe. É ele que tem que lavar o vaso, e ele sabe que em pé o risco de fazer mais sujeira pra limpar depois é muito maior.

Livros escolares são emprestados pela secretaria da escola e o aluno se responsabilza em não estragá-lo, assim podendo repassar ao próximo aluno no próximo ano escolar.

Tudo isso aí não é sinal de pobreza ou avareza não, aqui é sinal de inteligência! O alemão descobriu direitinho e na marra, como unir o útil ao agradável: ele é forçado todos os dias a pensar no meio ambiente e no próprio bolso.

Não estou dizendo com isso que não existe gente consumista. Muito pelo contrário, existe e muito. Eles compram coisas demais, muito mais do que precisam. Mas existe também essa consciência das coisas e do seu real valor, muito mais observado por eles do que por nós, brasileiros.

E assim o povo alemão vai crescendo dentro do meu conceito de viver bem.

Aqui o luxo mesmo está nas coisas simples da vida cotidiana. Dá-se muito mais valor ao sol num dia frio do que a grife do seu sapato; aos passeios de bicicleta no verão ou primavera, levando ao lado o seu cachorro, do que um carro caríssimo; a tranquilidade e verde dos parques e o ar puro do que um celular hiper caro; a uma varandinha em casa com flores e um bom livro pra ler numa espreguiçadeira do que as mil calças jeans de marca no guarda roupa, a contemplação de uma boa caminhada na floresta ou nas montanhas do que um dia num salão de beleza ou uma cirurgia plástica nos peitos...

Eu adoro isso. E estou à procura da simplicidade que perdemos há muito no Brasil.
Quer saber? Viver aqui é mesmo um luxo! No verdadeiro sentido da palavra.

E não, meus antigos-ex-amigos, eu não „estou“ metida, são vocês que „são“. Eu estou é muito mais simples, graças a Deus!

(http://entremaeefilha.blogspot.com)

quinta-feira, 19 de novembro de 2009

A inevitável separação.


As vezes na vida é necessário o desligamento de certas coisas, fatos, lugares, objetos e porque não, de pessoas.

Eu tenho um amigo que dizia, que as vezes pra sua vida evoluir você precisa se desligar de algumas coisas do passado que não lhe faziam bem, ou que não colaboravam muito para a sua evolução pessoal. Eu não entendia muito bem aquilo que ele queria dizer, achava de certa forma um ato de pedantismo, um isolamento exclusivista. Mas hoje percebo que faz todo sentido. Infelizmente não é possível você seguir um caminho diferente e ainda estar preso a valores e conceitos antigos, valores que nada tem a ver com seus reais desejos internos, que não mais compactuam com a sua vontade. Mudaram-se os valores, mudaram-se os caminhos.

Um dia é chegada a hora em que é necessário soltar as amarras e partir em busca de um outro porto.

(Fez-me lembrar do poema do gênio português Fernando Pessoa; “Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la, teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos.”)

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Sentindo na pele


Eu vivo me queixando pra amigos e colegas que não suporto ser abordado por gays. Realmente, pra nós heteros convictos e tranquilos quanto a nossa heterossexualidade, nada é mais chato e desagradável do que receber cantada de pessoas do mesmo sexo.
Sabe o por que da minha bronca?
Porque tem muito gay que acha que por insistência (e inconveniência) ele vai conseguir “converter” um hetero à homossexual. Deve ser fetiche gay, alguma fantasia, só pode ser...

Repito: Não gosto mesmo. Acho falta de respeito.

Mas por aí dá pra sentir na pele o que as mulheres (bonitas) sofrem quando são abordadas por homens desagradáveis (e feios).

terça-feira, 17 de novembro de 2009

Rebanho cego

Essa é uma reportagem publicada a bastante tempo, mas vale lembrar;

Aquela poderia ser mais uma manhã como outra qualquer.
Eis que o sujeito desce na estação do metrô: vestindo jeans, camiseta e boné, encosta-se próximo à entrada, tira o violino da caixa e começa a tocar com entusiasmo para a multidão que passa por ali, bem na hora do rush matinal.
Mesmo assim, durante os 45 minutos em que tocou, foi praticamente ignorado pelos passantes.
Ninguém sabia, mas o músico era Joshua Bell, um dos maiores violinistas do mundo, executando peças musicais consagradas num instrumento raríssimo, um Stradivarius de 1713, estimado em mais de 3 milhões de dólares.

Alguns dias antes Bell havia tocado no Symphony Hall de Boston, onde os melhores lugares custam a bagatela de 1000 dólares. A experiência, gravada em vídeo mostra homens e mulheres de andar ligeiro, copo de café na mão, celular no ouvido, crachá balançando no pescoço, indiferentes ao som do violino.



A iniciativa realizada pelo jornal The Washington Post em abril de 2007 era a de lançar um debate sobre valor, contexto e arte.
A conclusão: estamos acostumados a dar valor às coisas quando estão num contexto.
Bell era uma obra de arte sem moldura. Um artefato de luxo sem etiqueta de grife. Esse é um exemplo daquelas tantas situações que acontecem em nossas vidas que são únicas, singulares e a que não damos a menor bola porque não vêm com a etiqueta de seu preço. O que tem valor real para nós, independentemente de marcas, preços e grifes? É o que o mercado diz que você deve ter, sentir, vestir ou ser?

Essa experiência mostra como, na sociedade em que vivemos, os nossos sentimentos e a nossa apreciação de beleza são manipulados pelo mercado, pela mídia e pelas instituições que detém o poder financeiro.

Mostra-nos como estamos condicionados a nos mover quando estamos no meio do rebanho.



E você, sabe dar valor e enxergar arte/beleza? Ou precisa de alguém que lhe diga onde ela se encontra?

segunda-feira, 16 de novembro de 2009

Infeliz Julgamento

Todos já conhecem o ditado, “A beleza está nos olhos de quem vê.”
Mas existe um outro lugar onde a mesma comparação pode ser usada também como ditado: “A felicidade ou infelicidade está nos olhos de quem vê.”

Já repararam que quanto mais infeliz a pessoa está, mais necessidade de alardear a sua (duvidosa) “felicidade” ela tem?

Voltando pra história do ditado. Quem determina a infelicidade de alguém é o outro, um terceiro. Difícil alguém que assuma sua própria infelicidade, mas por outro lado, o mesmo alguém é capaz de citar várias pessoas que ele acredita e julga serem infelizes. Por isso que eu disse que a felicidade está nos olhos de quem vê. Quantas pessoas que você julgava serem felizes e que futuramente descobriu que aquilo não passava de fachada. Casais que pareciam se dar muito bem e na verdade eram completamente estranhos um para o outro. Ou amigos em comum que quando separados vivem falando mal um do outro para terceiros. Parentes que não se toleram; enfim, por ai vão casos.

Mas existem outras modalidades de achar a infelicidade na vida do outro, como por exemplo; estipular o que pra mim é o correto, e seguindo o meu julgamento, determino se aquele que julgo é feliz ou não. (Assim: Se eu valorizo um bem de consumo determinado, e aquele que estou julgando não o possui ou não dá o mesmo valor que eu, pronto, lhe carimbo com o selo da infelicidade. Ou se em meu conceito de felicidade as diversões (baladas, bares, festas, etc.) estão em plano de destaque para a felicidade, consequentemente aquele que não gosta ou não frequenta, aos meus olhos é infeliz também.)

Além disso tudo, esbarra-se no fato de que nada é tão terrível para essas pessoas, julgadoras da felicidade alheia, do que descobrir que algumas pessoas são felizes com tão pouco, e mais, que são felizes de um outro jeito, um jeito que ela jamais vai entender. Mas isso é um outro assunto.

sábado, 14 de novembro de 2009

Bicycle Polo


Certa vez o treinador de uma equipe de polo teve uma ideia para treinar seus jogadores sem desgastar os cavalos: colocou a turma pra correr atrás da bolinha de bicicleta. Hoje, nas ruas de Barcelona, o que era treino virou esporte. São os polo bikers, que voam baixo com suas bicicletas que só desaceleram pelos pés – o freio é pedalando pra trás. “O mais difícil é a luta pela bola”, diz o espanhol Camilo, que coleciona pequenas cicatrizes, heranças do campo de batalha das ruas. Os times catalães usam tacos de alumínio feitos por eles mesmos. “Tudo é milimetricamente calculado para que os tacos sejam bem leves e arrastem bem a bola”, explica Lucas Prescivalle, designer brasileiro que faz parte da equipe BCN de polo biker.

(Polo Bike Barcelona)

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Bicicletas pela Europa



Descobri o Blog Bicicleta na Cidade (http://bicicletanacidade.blogspot.com). Não se trata de um blog brasileiro, mas sim português. Mais especificamente da cidade de Lisboa. E nesse são postadas dicas e tudo mais que envolve a vida sobre duas rodas na Europa. É um dos canais mais bacanas pra quem curte esse meio de transporte e esse modo de enxergar a vida em comunidade de forma saudável, sustentável e mais humanizador.

Quem sabe um dia poderemos ver imagens como essas nas cidades brasileiras, que são tão pouco comuns.
Todas as fotos foram retiradas do Blog Bicicletas na Cidade. São fotos de ciclistas pelas ruas de Lisboa, Amsterdan, Paris, Milão e Barcelona.





Olhar harmônico

"Veneza é desses lugares onde tenho prazer em andar a pé - mesmo porque, graças a Deus, não tem automóvel, que é uma coisa que eu abomino. Então é uma delícia, além de ser linda e carismática. Você está numa ruela e de repente ela se abre para uma praça gigantesca, inesperada, que você não imaginava que pudesse estar ali. São surpresas que instigam o tempo inteiro. Você está sempre sem ar, descobrindo coisas." (*Isay Weinfeld, arquiteto brasileiro de maior destaque mundial.)

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

CÉU



Já faz um tempinho que eu estou de olho nela. Pra quem não conhece, seu nome é Céu (Maria do Céu Whitaker Poças). Em minha opinião, uma das artistas brasileiras mais interessantes da atualidade. Não pensem que esse ”da atualidade” é pra designar que é uma artista da moda. Moderna sim, bastante. Mas com um trabalho consistente. Tem uma voz interessante, um timbre peculiar, o que é mais difícil de encontrar do que gente cantando igual a outros. Só pelo fato de não carregar bahianidade na voz, já é um diferencial nas cantoras dos tempos de hoje.
Ela já tem dois CDs, e está atualmente em excursão pela Europa.

(”Fiz minha casa no seu cangote.” Céu)

Claro que se as músicas não fossem boas, não valeriam os meus elogios. Pra quem não conhece, vale a pena conhecer.
Ah, pra quem estava reclamando que não ouvia samba, ta aí a (minha) oportunidade.
Além disso tudo, ela é muito fofa.
Eu acho.

quarta-feira, 11 de novembro de 2009

Você tem consciência de sua autoimagem?



Por Carlos Hilsdorf

Em um inesperado momento de sua vida, você se depara com uma imagem refletida no espelho da existência. Olhamos, olhamos novamente, voltamos a olhar e, após grande hesitação, reconhecemos: trata-se de nós mesmos!

Trata-se de um “nós” refletido em uma imagem que desconhecíamos ou, talvez, insistíamos em não reconhecer. Somos incrivelmente hábeis para fugir de nós mesmos e tremendamente covardes para nos buscar por trás das aparências.

Mas esta imagem, cedo ou tarde, aparece e com ela vem uma dor forte e intensa: a dor de descobrirmo-nos como somos e não como gostamos de pensar que somos.

Este “outro” no espelho da existência, parece tão diferente de nós. Não que seja mais feliz ou mais triste... é diferente, muito diferente.

Esta imagem, às vezes é trazida pela sinceridade de um verdadeiro amigo (aquele que diz o que precisamos ouvir); às vezes é trazida por uma dor de amor (onde quem amamos, desiludido por alguma situação, desabafa o que sempre pensou e nunca revelou a nosso respeito), outras vezes é trazida pela reflexão, psicoterapia ou busca espiritual.

Corajosos, nos achamos covardes.
Fortes, nos reconhecemos fracos.
Altruístas, nos surpreendemos egoístas.
Vencedores, nos descobrimos com inveja.
Humildes, visualizamos nossa vaidade.
Pacíficos, encontramos a raiva.
Religiosos, nos vemos sem fé.
Bons, nos percebemos ainda maus.
Belos, nos vemos distorcidos
.

terça-feira, 10 de novembro de 2009

APROVADA


(Bom Gosto)

Tomando gosto



Eu não sou muito de bebidas alcoólicas. Nunca fui. E vale lembrar que esse que vos escreve nunca tomou porre em seus trinta e seis anos de existência, nunca mesmo, juro! Qualquer coisa que faça com que eu venha a perder o controle não me agrada. Coisa de gente que já nasce meio velha, ou melhor, com um sentido de responsabilidade maior talvez.

Mas há alguns anos venho bebendo vinho socialmente, e quando não socialmente, nos finais de semana em casa eu abro uma garrafa de algum vinho de boa qualidade. Eu gosto bastante, mas não me vicia. Acho que nasci sem a propensão a ter vício alcoólico. Tomo meia garrafa de vinho com certa tranquilidade. É por pura apreciação, degustação, uma experiência do paladar; pra mim beber é isso.

Já a cerveja, era uma bebida menor. Nunca me despertou interesse. Mas há algumas semanas tomei gosto pelas loiras geladas. Talvez pela minha viagem a Argentina, pude experimentar cervejas de excelente qualidade. Em Buenos Aires conheci um italiano que achou graça quando eu pedi uma garrafa de vinho Merlot para acompanhar a pizza. Disse que não é a melhor opção, que o mais recomendado é uma boa Pilsen; e quem disse isso foi justo um italiano de Bologna!
E não só por isso. Eu sempre associei cerveja a festa, churrasco, bagunça, e nunca ao prazer da bebida em sí. Talvez por no Brasil a cerveja ser uma bebida que se bebe em bastante quantidade, aleatoriamente, pra encher a cara mesmo. As cervejas mais populares no Brasil são bastante leves, típicas para 'matar a sede', típica de países quentes, fracas do ponto de vista palatavel.
Agora descobri algumas cervejas que são de paladar mais interessante, com mais corpo, com sabores diferentes. No último fim de semana o saca rolha ficou na gaveta, e o entrou em cena o abridor de garrafas.

Novo uniforme para as moças da Uniban

segunda-feira, 9 de novembro de 2009

Otimismo Verde e Amarelo


Acho que nunca estive tão otimista em relação ao Brasil economicamente. A crise entrou e saiu, e nada de muito significativo aconteceu por aqui, tirando algumas demissões preventivas, e não efetivas, pois as mesmas (poucas) que demitiram estão voltando a contratar novamente. (Foi mais pelo ‘oba-oba’ da crise do que pela crise em si.)
O dólar está manso, o real está cada vez mais real, e inspirando confiança externa.
A previsão de crescimento para o comércio nesse final de ano é de 9%. Nada mal para um ano de crise mundial.
Mas a cereja do bolo, o laço do presente, é a descoberta do pré-sal. Claro que os efeitos desse são a longo prazo, mas é um dos causadores do meu otimismo.
Mas veja bem, meu otimismo nada tem a ver com Copa ou Olimpíadas no Brasil! Muito menos meu otimismo é paternal, daquele que acha que o Estado vai resolver meu problema, que vai me dar um emprego pra ganhar bastante dinheiro, ou que do dia para a noite o governo vai distribuir dinheiro, ou vai dar ‘mesada’ maior para o filho pobre. Nada disso.
Numa economia desenvolvida não cabe isso ao governo. Basta a economia continuar bem que tudo vai bem. É mais ou menos como quando você acorda feliz e não sabe bem o por que; é assim que funciona a economia na vida do cidadão comum.

Otimismo não é partidário. Não sou Lulista, só acho que o Brasil economicamente é muito mais confiável hoje do que quinze anos atrás, por exemplo. Fato.
Mais importante que partido político (ou se o Lula é feio ou não, se estudou na França ou não, se ele fala ‘poblema’ ou não, ou se é populista ou não, etc.), nesse momento a estrada para o próximo presidente que virá já está bem pavimentada, e assim poderemos manter-nos otimistas.

É só isso que espero do governo do meu país.
O resto é com a população. E aí começa um outro ‘poblema’.

sexta-feira, 6 de novembro de 2009

Pelo Direito de Sumir em Paz


Tem objetos que ficam em determinado lugar durante anos, e você nunca deu muita bola pra ele alí, naquele canto, parado. Era apenas um adorno em sua vida.
Mas aí ele desaparece, some do lugar que você acostumou onde ele se encontrava sempre.
Por que é só assim que se dá a falta? A partir daí querem descobrir o seu paradeiro.
“Por que sumiu dali?”
Mas reparem que isso é uma falsa curiosidade/preocupação. É só pra saber por onde anda, onde foi parar, se arrumou um lugar melhor pra ficar, se conheceu coisa melhor, companhia melhor; não é um interesse real, pela falta que aquilo lhe faz, ou pelo gosto de tê-lo junto a você novamente. É só pura especulação.

Especulação essa que pode (dependendo do caso) virar frustração se a pessoa descobrir que aquilo que sumiu está em situação melhor que a dela.

quinta-feira, 5 de novembro de 2009

Bike & Urbanismo



É cada vez mais comum e frequente as discussões a respeito do transito nas grandes cidade. Tanto pelos problemas de espaço urbano (as vias que não dão vazão a quantidade de carros), quanto pelos problemas da poluição do meio ambiente. (Muitos carros, mais poluição, mais caos urbano.)
Em alguns países da Europa já é comum há algum tempo o incentivo ao uso das bicicletas. E a coisa tem dado certo. Tanto que hoje já é possível você alugar bicicleta pelas ruas de várias das grandes cidades da Europa.
Em Paris por exemplo, existe um serviço onde a pessoa aluga a bicicleta para se locomover de um ponto a outro, e assim que chega ao seu destino, deixa a bicicleta num local determinado e automaticamente ela se trava, e somente com a colocação de mais um ticket ela é destravada. São monitoradas por uma empresa responsável chamada 'Velib'.
O mesmo acontece em Berlim, Madrid, Londres e Amsterdan.





Legal, mas e aqui, por essas partes do mundo?
Não tem como alugar bicicleta, mas tem como comprar. Mas será que a coisa ia pegar?
Difícil... Por vários aspectos. Como diz o comercial de TV; “Brasileiro é apaixonado por carros.” (Eu sou brasileiro e não sou apaixonado por carro, mas enfim...) Além de ser apaixonado, carro no Brasil é sinônimo de status. Está ligado a ter sucesso, a ser bem sucedido. E quanto mais novo, mais status. (Complexo de terceiro mundo talvez?) Em outros países a coisa não é assim. Na Europa eu já sabia que não, mas fiquei assustado quando estive em Buenos Aires pela primeira vez, pois a frota de carros mais velhos é bem grande por lá.



Mas voltando ao assunto; em cidades montanhosas, como aqui onde moro (Jundiaí-SP), é bem complicado querer utilizar bicicleta por exemplo, para ir trabalhar. Se eu fizer isso, chegarei em meu trabalho pingando em suor, tamanha é a quantidade de subidas e descidas. Fora o perigo de ser atropelado, pois falta de respeito com o ciclista é o que não falta.
Mas eu vou insistir.

quarta-feira, 4 de novembro de 2009

BIA2009

Esse próximo fim de semana já agendei minha visita a Bienal Internacional de Arquitetura que acontece em São Paulo. É a oportunidade de ver e conhecer as novidades do ramo; os novos projetos, novos talentos, grandes obras, e tudo o que diz respeito a arquitetura atual.
Estarão sendo exibidos os projetos e maquetes dos estádios brasileiros para a copa de 2014.

O mais bacana é que a bienal vai ser no parque do Ibirapuera, um dos poucos lugares de SP onde os projetos arquitetônicos e urbanísticos são harmoniosos. Porque o resto da cidade...
Aproveitando pra curtir a bienal e entrar em forma correndo pelo parque. Programão de domingo.



Antigamente existiam escolas de estilos arquitetônicos diversos. Mas e hoje, com o mundo globalizado? Onde um arquiteto de determinada localidade do mundo fica sabendo o que está sendo feito do outro lado do mundo no mesmo instante. O que um faz na Ásia, um outro faz o mesmo na América Latina, ou na Europa.
Bom, mas isso vale para todas as artes, inclusive a arquitetura.
(A morte do regionalismo?)

As vezes eu sinto saudades da falta de informação de outras épocas.

MADE IN RIO GRANDE DO SUL

Renata Fan
Luize Altenhofen
Gisele Bündchen
Fernanda Lima
Bruna Molz

(O que impressiona é a qualidade)

terça-feira, 3 de novembro de 2009

Anticonsumismo já!


Hoje eu tomei uma decisão drástica. Daquelas que fazem a gente ficar com a tal decisão na cabeça o dia todo. Como quando alguém resolve começar uma dieta e não sabe onde vai dar – se vai dar certo, ou só fogo de palha – mas o início foi dado em busca do:

Anticonsumismo.

Você já fez as contas pra saber o quanto gasta com o supérfluo? Eu nem fiz. Fiquei com medo. Imaginem se eu descubro que poderia estar morando numa mansão com a grana que joguei pela janela comprando besteiras que não acrescentaram nada em minha vida.

O mais difícil é descobrir o que é supérfluo pra cada pessoa. Sim, pois tem coisas que parecem que foram supérfluas mas que lhe ajudaram no desenvolvimento intelectual, social, cultural, etc.
Mas vamos lá, vou tentar enumerar alguns coisas que me são supérfluas, que vem a mente agora:
Revistas Playboy (tenho mais de 150 exemplares), revistas Vip (tenho mais de 30 exemplares), MILHARES de revistas diversas e jornais, várias roupas que foram usadas apenas uma única vez, tênis e sapatos que comprei sem estar precisando, CDs que não me agradaram (foram muitos!), livros que ainda não li e nem sei se vou ler, DVDs que comprei e só ví uma única vez (são muitos!), baladas que fui e não deveria ter ido (muitas!), shows que paguei caro, e tantas outras coisas do dia a dia que não me recordo nesse momento.
Por isso, o anticonsumismo é meu pé no freio da gastança, ou melhor, pra direcionar os meus gastos para as coisas que eu Realmente desejo.

Você já ouviu falar em Viajologia?



Nem eu... Mas me reconheço nesses parâmetros;

A Viajologia reconhece a viagem como uma experiência singular e enriquecedora porque, quando você viaja, você:

-Deixa de lado o quotidiano e vive uma outra realidade, pratica uma terapia saudável e divertida
-Desenvolve uma melhor compreensão da diversidade e riqueza cultural do planeta
-Aprecia a natureza e entende a necessidade de conservação dos ecossistemas terrestres e marinhos
-Expande sua consciência, promovendo a paz e o entendimento entre povos de diferentes nações.

Nós viajólogos reconhecemos esse vício sadio e delicioso como uma verdadeira escola dinâmica, onde o conhecimento é acumulado através do contato direto com outras culturas. Quanto mais e melhor viajarmos, mais profunda será nossa visão do mundo.

Consideramos a experiência da viagem comparável a obter um diploma convencional de estudo, seja na escola primária ou em uma universidade.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

Ver olhar enxergar



Por Daniel Piza

Há alguns anos, sentado no jardim do Museu Rodin, de frente para uma das réplicas grandes de O Pensador, reparei que muitas pessoas se aproximavam e logo tratavam de imitar sua posição, apoiando o cotovelo na coxa e o queixo na mão e olhando para baixo. Das vinte que contei, apenas uma se deu conta de que, instintivamente, tinha feito errado: todas as demais apoiaram o cotovelo direito na coxa direita – e não na esquerda, como na escultura. Além disso, invariavelmente fecharam a mão, quando na realidade os dedos estão esticados. As diferenças estão longe de ser detalhe. A chave do estilo de Rodin – aquilo que o separa do classicismo – é a tensão, expressa sobretudo na angulosidade de suas formas e na irregularidade de sua superfície. Ele trabalhava sempre com situações no limite do equilíbrio e, por isso, a meu ver, a dinâmica de volumes do corpo feminino foi (com trocadilho) seu maior campo de estudos.

Que uma das imagens mais surradas da história da arte – um “ícone”, como se usa e abusa hoje, desvirtuando o significado original do termo (representação sagrada, na religião; ou representação fisicamente semelhante ao objeto, na semiótica) – não seja devidamente apreendida por inúmeros observadores é um fato relevante para estes tempos que se dizem “Era Visual”. O Pensador, a propósito, não foi concebido isoladamente por Rodin (que acaba de ganhar belo museu em Salvador, com projeto de Marcelo Ferraz e Francisco Fannucci, e mais uma exposição em São Paulo, no Masp), mas como parte de A Porta do Inferno, no alto da qual está como Dante a meditar sobre os infortúnios humanos.Também sua testa está franzida, seus músculos retesados e seus artelhos dobrados. Tirar sua tensão dramática é tirar o que tem de substancial.

O objetivo da figura, enfim, não era caricaturizar o ato do pensamento; era traduzir sua dor e a individualidade dessa dor.
**

(É mais ou menos isso que quero dizer quando escrevo sobre as pessoas que olham mas não enxergam além do obvio.)

domingo, 1 de novembro de 2009

Quem tem medo do novo?



O que em mim é retrogrado ou moderno?
Quando me mostro reacionário, e quando me mostro modernista?

Foi mais ou menos nesse sentido que fiquei pensando sobre o caso da garota que foi humilhada na Uniban por usar um vestido curto.

O retrogrado diria que ela não devia estar com um vestido daquele numa faculdade.
O liberal diria que ela tem direito de vestir-se como quiser, e freqüentar onde quiser.
Acho que temos esses dois lados dentro de nós, mas tem um lado que fala mais alto dependendo do que é estranho para cada um de nós. A tal dificuldade pra lidar com o diferente, com o que não se comporta como eu estabeleço o que é normal.
Se aparecesse uma garota com o rosto todo tatuado (o que é mais bizarro), pouca gente ia ter aquele tipo de reação. E confesso: Eu tenho certa simpatia por aqueles que são provocadores. Sejam eles nas artes visuais, escritas ou faladas.

Então porque tudo aquilo?
Tirando o fato de que quando uma parte se manifesta, a tendência daquilo virar um grande ‘maria-vai-com-as-outras’ é bem provável.
Parece que não, mas brasileiro lida muito mal com a sensualidade. Apesar de vivermos num país com muitas praias, calor e liberdade, no fundo somos (principalmente os paulistas) caipiras em vários aspectos.
(Em muitas praias da Europa é comum o top-less; mas por aqui... capaz de apedrejarem.)

Vejo por algumas pessoas que conheço, que reagem mal quando vêem alguém com uma roupa diferente, ou um corte de cabelo pouco usual, logo começam a fazer julgamentos.
Creio que nem seja por caipirismo, mas por medo do que é diferente. Medo daqueles que ousam.

(Essa foto é de uma garota em plena rua de Manhattan (NY); e se fosse aqui?)