terça-feira, 1 de setembro de 2009

Tirar o Coelho da cartola

(Foto tirada no exterior. Alguma dúvida?)

Porque que Paulo Coelho e o autor mais odiado pela crítica brasileira?
Eu sei as respostas, mas prefiro não entrega-las sem antes fazer algumas colocações.

Existe uma máxima antiga que diz que no Brasil fazer sucesso é pecado. Visto com maus olhos; sucesso é de quem se entregou ao comercial.
Será que os críticos americanos também pensam isso sobre Sthefanie Mayer (da série Crepúsculo)? Ou J.R.R. Tolkien (Senhor dos Anéis)? Ou JK Rowlings (Harry Poter)?
Creio que não. Nos EUA, país que mais consome livros no mundo, a literatura de entretenimento convive pacificamente com a literatura erudita. Tudo lá está em nichos, em universos separados, tem seu público específico; ninguém 'atravessa' o espaço do outro.

Acho que 'odiamos' tanto Paulo Coelho porque somos complexados. Isso mesmo! Queremos só erudição dos nosso autores. É aquela coisa assim; “Se somos do terceiro mundo, então pelo menos vamos ser mais intelectuais do que os do primeiro mundo. Vamos então nos 'afrancesar'. Aqui tem que ser tudo mais refinado. Veja a nossa bossa nova, a MPB; queremos um Brasil intelectualizado a força. Portanto, Paulo Coelho é nosso filme queimado.”
E quando não são autores eruditos, pelo menos devem ser alternativos, do underground, mas nunca muito populares; não de puro entretenimento.

Quem mete o pau em Paulo Coelho é o mesmo cara que mete o pau em novela, já reparam?
Eu não leio Paulo Coelho, já li na adolescência, mas hoje é o tipo de literatura que não me interessa mais. Também não vejo novela faz um bom tempo. São produtos populares? Sim, claro.
Mas eles não precisam existir?



E se o Michael Jackson fosse brasileiro?
E se a Madonna fosse brasileira?
E se o Steven Spielberg fosse brasileiro?
E se J. K. Rowlings fosse brasileira?

...o Paulo Coelho é brasileiro, "infelizmente".


(Esse texto também vale para os casos de jogadores brasileiros, que no exterior são tratados como gênios, e aqui são alvo de preconceito e piadas. ...e esse texto também vale para mim, que durante a escrita pude rever alguns (pre)conceitos.)

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