terça-feira, 22 de setembro de 2009

Estamos todos unidos

Eu estava lendo um texto da Lya Luft na revista Veja, onde ela fala sobre a apatia das pessoas em relação as tramóias e roubalheiras dos nosso políticos. No texto ela diz que estamos todos anestesiados em relação a corrupção. Achamos normal, não incomoda mais.
Pois bem, vou além. (Sem querer rimar, mas já rimando.)


Acho que estamos apáticos em relação a VÁRIAS coisas. Ninguém questiona mais nada. Tudo é aceito com normalidade. Acabou a era dos protestos, passeatas e greves. Até a vaia não existe mais. Podem reparar, ninguém mais vaia. Se um artista apresenta-se em programa de auditório na TV, ficam todos ali batendo palma forçadamente, uniformemente, pra não destoar do geral, bem organizadinho, pra aparecer na TV todo mundo comportado e domesticado. Não tem quem comece a vaiar algo que desagrada, ou uma música mal tocada, um cantor que desafina na cara dura, um show playback (Ex: Madonna, Britney, Michael Jackson, etc.), ou uma personalidade que diz alguma besteira. Nada de vaias, e no final ainda batem palma pra qualquer besteirinha dita.

Se um canal de TV apresenta uma programação de baixo nível, ninguém boicota o canal. Se a grande maioria acha que programas como Big Brother são imbecilizantes, ninguém deixa de assistir. Afinal, “todos assitem, não vou ser eu a bancar o diferente”. Se achamos nossos políticos corruptos, não nos mobilizamos para resolver o problema. Afinal, “todos roubam, pra que reclamar.”

Enfim, são questões que eu tenho notado a bastante tempo, e lendo o texto da Lya Luft me deu esse 'estalo' em relação a apatia generalizada dos tempos de hoje. Será uma época da uniformização? Pra não destoar do geral, o medo de ser diferente?

Como diz a música: “Todos iguais, mas uns mais iguais que os outros.”

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