segunda-feira, 7 de setembro de 2009

O Homem Que Adora as Mulheres

Hoje acordei cedo, coisa que faço raramente devido ao meu trabalho. Mas hoje foi tudo diferente. Fui para o ponto de ônibus ainda com o sol tomando lugar na paisagem. As ruas molhadas devido a chuva da madrugada. Um certo bucolismo no ar. Aquela sensação de paz que nos invade sem sabermos por onde.



Meu ônibus chegou sem o atraso imaginado. Num feriado de 7 de setembro poucos se atreveram a acordar mais cedo do que eu, pensei. Já no ônibus, sentei-me no único banco que ainda não estava ocupado. E ao lado sentava-se uma garota muito bonita, que por alguma razão estava nesse que era o único banco disponível. Portanto, não foi uma escolha sentar-se ao seu lado, foi a única opção. Mas numa dessas coisas que são inexplicáveis, que acontecem sem previsão, assim que me acomodei em meu lugar, ela virou o rosto em minha direção, tirou os óculos escuros e disse:
“Te conheço de algum lugar?!”

Fiquei poucos segundos observando aquela garota de traços delicados, pele alva e ângulos expressivos, que de tão bonita me deixou um pouco constrangido, confesso. Simpaticamente me recompus e disse que lamentavelmente não me recordava, justo eu, que não esqueceria um rosto daquele de forma alguma, mas pra tudo existe uma primeira vez. Ela abriu um sorriso que ficava entre a vergonha e a desconfiança de que realmente não nos conhecíamos. Tentei melhorar a situação sugerindo que talvez nos conhecêssemos de algum curso, ou talvez qualquer balada por aí. Ela continuava com aquele sorriso encantador demais para uma manhã de feriado de 7 de setembro às 7:15; muito cedo pra tudo isso. Pelo menos pra mim. Não esperava. Não estava preparado pra lidar com uma aparição dessa, assim de repente. Imaginem só vocês!
Por um tempo eu ainda tentei fazer associações entre lugares que poderíamos ter nos encontrado, ou algo de tipo, mas logo desisti, passei a fazer perguntas mais pertinentes, tipo, em que bairro ela mora, onde estuda, trabalha? E assim pude ir me recompondo, tentando entender em que posição eu me encontrava. [Estava dentro de um ônibus (linha 940), sendo abordado por uma garota linda, que achava que já nos conhecíamos, às 7:15 de um feriado, indo para o trabalho, completamente desprevenido para uma situação dessa. Distraído para o flerte.]



Durante o curto trajeto do ônibus, pude descobrir que ela trabalha no shopping, tem 25 anos, não gosta de balada, que prefere barzinho, também quis saber que livro era aquele que eu estava levando comigo, disse que eu pareço ser mais novo que a minha idade, que não acha tão ruim em ter que trabalhar nesse feriado, até porque, todos em sua família iriam trabalhar hoje, enfim...
Claro que trocamos números de celular, tanto que a pouco enviei-lhe uma mensagem dizendo que estava surpreso em conhecer uma garota tão bacana e bonita num banco de ônibus em pleno feriado. Acabou de responder que também adorou me conhecer, que tem certeza que me conhece de algum lugar.

Poder ser, mas isso é uma outra história.

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