segunda-feira, 15 de março de 2010

Somos o que consumimos.


Ontem fui a Livraria Cultura e comprei três livros. Seria legal se eu ainda não tivesse nenhum livro para ler, mas tendo dois livros ainda para serem lidos, acho que fui pego em ato de consumismo e compulsão. Mas aí pode surgir uma voz para me defender, dizendo que, “tudo bem, livro é cultura”; não esqueçam da industria cultural, tudo é consumismo baby, não importa muito o que seja consumido.

Se não me engano, existe um livro chamado, “Você é o que você consome”, nesse caso 'consumir' está colocado na forma de alimentação (consumir = comer). Mas podemos aplicar o mesmo título para o consumismo em suas outras formas. Então quem consome muito livro é o que?
Depende. Claro que quem lê Aristóteles, Platão ou Sartre, não consome as mesmas coisas de quem lê romances do Sex and the City, e mesmo assim os respectivos leitores são afetados por aquilo que eles lêem/consomem. Quem lê filosofia tende a torna-se mais crítico, mais 'cheio de pontos de vista', e quem lê Sex and the City tende a enxergar um mundo com mais glamour, um pouco fútil talvez e bastante romântizado.
Quem come chocolate demais fica gordo, com problemas de saúde, e quem nunca come fica mal humorado. Entendeu a metáfora?

O que me interessa agora, é o paralelo entre o que consumimos e o que nos tornamos. Hoje estava passando um documentário no canal GNT sobre como os seriados e filmes tem afetado um grupo de mulheres que são consumidoras desse tipo de entretenimento. Foram feitas algumas pesquisar com esse mesmo grupo e comprovaram que, aquelas mulheres que assistiam mais seriados ou novelas, tinham uma grande tendência a achar a vida 'real' chata, sem glamour; os 'homens da vida real' não correspondiam ao padrão de beleza que elas vêem nos seriados.
A pesquisa concluiu que aquelas que eram mais afetadas por aquele tipo de cultura, tinham mais dificuldades em suas relações amorosas, e aquelas mulheres menos atentas a novelas ou seriados, tinham uma vida amorosa mais interessante, pois não conviviam com imagens/padrões de perfeição estética (homens com beleza muito acima da média). A pesquisa também conclui que, quanto mais exposta a pessoa ficar a certos tipos de padrões culturais fora da realidade, mais dificuldades ela terá nas suas próprias relações e realidades.
Então eu também concluo que, sim, nós somos o que consumimos.

(Obs: Eu gosto de filosofia e também de Sex and the City.)

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