domingo, 1 de novembro de 2009

Quem tem medo do novo?



O que em mim é retrogrado ou moderno?
Quando me mostro reacionário, e quando me mostro modernista?

Foi mais ou menos nesse sentido que fiquei pensando sobre o caso da garota que foi humilhada na Uniban por usar um vestido curto.

O retrogrado diria que ela não devia estar com um vestido daquele numa faculdade.
O liberal diria que ela tem direito de vestir-se como quiser, e freqüentar onde quiser.
Acho que temos esses dois lados dentro de nós, mas tem um lado que fala mais alto dependendo do que é estranho para cada um de nós. A tal dificuldade pra lidar com o diferente, com o que não se comporta como eu estabeleço o que é normal.
Se aparecesse uma garota com o rosto todo tatuado (o que é mais bizarro), pouca gente ia ter aquele tipo de reação. E confesso: Eu tenho certa simpatia por aqueles que são provocadores. Sejam eles nas artes visuais, escritas ou faladas.

Então porque tudo aquilo?
Tirando o fato de que quando uma parte se manifesta, a tendência daquilo virar um grande ‘maria-vai-com-as-outras’ é bem provável.
Parece que não, mas brasileiro lida muito mal com a sensualidade. Apesar de vivermos num país com muitas praias, calor e liberdade, no fundo somos (principalmente os paulistas) caipiras em vários aspectos.
(Em muitas praias da Europa é comum o top-less; mas por aqui... capaz de apedrejarem.)

Vejo por algumas pessoas que conheço, que reagem mal quando vêem alguém com uma roupa diferente, ou um corte de cabelo pouco usual, logo começam a fazer julgamentos.
Creio que nem seja por caipirismo, mas por medo do que é diferente. Medo daqueles que ousam.

(Essa foto é de uma garota em plena rua de Manhattan (NY); e se fosse aqui?)

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