segunda-feira, 6 de julho de 2009


A obra mais popular de Aristóteles é a Ética Nicomaqueia, assim chamada por ter sido traduzida por Nicómaco, que trata da vida feliz, e se divide em dez livros, subdivididos por capítulos onde se desenvolvem alguns temas do aspecto principal.
O livro VIII fala sobre a amizade, que Aristóteles considera indispensável à vida. Três são os tipos de amizade, segundo ele:
A baseada no interesse, de curta duração, porque só dura na medida do interesse mútuo e enquanto este existe; a baseada no prazer mútuo, frequente entre os jovens, que dura enquanto ambas as partes se julgarem mutuamente interessantes e interessadas no que o outro me proporciona. E a amizade perfeita, que existe entre as pessoas que querem o bem dos amigos sem esperar nada em troca.
Esta última, porque é baseada na virtude, é estável e duradoura, por conter em si todas as condições legítimas da amizade. Estas amizades são provavelmente raras, por haver poucas pessoas capazes de experimentá-las, porque exigem tempo e intimidade. Só quando o amor está presente na medida certa, é que os amigos são permanentes e a amizade é duradoura. Os amigos desejam fazer bem a cada um, como sinal da sua amizade e bondade, porque é mais próprio de um amigo fazer o bem que recebê-lo, já que os atos de generosidade são parte essencial do homem bom e de virtude, e que é mais nobre fazer o bem aos amigos que aos estranhos, que o homem bom necessita de alguém a quem fazer o bem. Em suma, os amigos com bom caráter e generosos tornam-nos homens melhores.
Depois, a respeito da quantidade de amigos, que se devem ter, diz Aristóteles que nos devemos sentir felizes com poucos amigos, porque a amizade exige intimidade e esforço tanto nos bons como nos maus momentos. Por conseguinte é idiota quem se gaba de ter muitos amigos; quando não tem nenhum, porque os tem em demasia!
O filósofo também descreve as circunstâncias que levam à ruptura da amizade: Quando o caráter de uma pessoa se transforma (bem ou mal), é fácil por fim a uma amizade baseada na “utilidade”, porque, diz ele, o entendimento deixa de existir e não há razão para prolongar a camaradagem.
Mas nas amizades baseadas no caráter, a decisão é mais difícil de justificar. Aristóteles aconselha em todo o caso os amigos a melhorarem-se mutuamente. Mesmo que a amizade não se mantenha, as duas partes devem-se mútuo respeito em nome da amizade que os uniu.
Assim, os meus amigos contam-se pelos dedos de uma só mão, mas são o meu bem mais precioso, porque todos eles são dotados de um excelente caráter e generosidade. Aprecio-os a todos pela altura das árvores e a transparência dos rios que habitam nas suas almas! Quero-lhes a todos pela sombra que proporcionam e pela doçura que trazem aos dias mais áridos da minha vida. (Autor desconhecido)

Nenhum comentário: