sexta-feira, 22 de maio de 2009

Gostamos da mesma coisa, mas não temos gostos em comum.



Quando vou a shows de artistas que eu gosto muito, desperta involuntariamente em mim um sentimento de “irmandade” com todos aqueles que estão comigo no ambiente. Afinal gostamos do mesmo artista. Então temos gostos em comum? Creio que não.


Pouca gente percebe, ou se percebe não localiza a diferença. O motivo que me faz gostar de tal artista (cantor, atriz, grupo, escritor, etc.) pode ser bastante diferente do motivo que levou a outra pessoa a gostar. E o motivo que faz o outro gostar pode ser inversamente contrário ao que me faz gostar do mesmo artista e de sua obra. Tem gente que gosta de Tom Jobim por ser chique, refinado, e tem quem goste por ser rico em harmonias e outro goste por ser só Bossa Nova. Também tem aquele que gosta do filme por ele ser violento e cheio de ação, e um outro que enxergue por trás dessa violência uma mensagem pacifista. Tem aqueles que gostam de Bob Marley pra poder justificar e fazer uso da maconha, outros só gostem de sua música pura e simplesmente. Tem quem leia Stephanie Meyer (Crepúsculo) por ela ter criado o galã-vampiro-adolescente mais bonzinho da história da literatura, e outros leiam porque apenas gostem de sagas vampirescas.


Sem fazer juízo, ou escolher o que ou quem faz o melhor uso do 'bom gosto', concluo que a arte é recebida ou não-recebida em formatos muito particulares. Não existe um instrumento que possa aferir as sensações humanas frente a arte e determinar o grau ou como as artes tocam (ou não) as pessoas. Temos sim, que respeitar as emoções alheias, pois como dizia um grande poeta contemporâneo, com a emoção dos outros não se brinca, é lugar sagrado.
(André P.)

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