terça-feira, 28 de dezembro de 2010

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Lições de Nelson


"[Até o século XIX] o idiota era apenas o idiota e como tal se comportava. E o primeiro a saber-se idiota era o próprio idiota. Não tinha ilusões. Julgando-se um inepto nato e hereditário, jamais se atreveu a mover uma palha, ou tirar um cadeira do lugar. Em 50, 100 ou 200 mil anos, nunca um idiota ousou questionar os valores da vida. Simplesmente, não pensava. Os "melhores" pensavam por ele, sentiam por ele, decidiam por ele. Deve-se a Marx o formidável despertar dos idiotas. Estes descobriram que são em maior número e sentiram a embriaguez da onipotência numérica. E, então, aquele sujeito que, há 500 mil anos, limitava-se a babar na gravata, passou a existir socialmente, economicamente, politicamente, culturalmente etc. houve, em toda parte, a explosão triunfal dos idiotas." - Nelson Rodrigues

sábado, 4 de dezembro de 2010

Monkey See, Monkey Do


Às vezes vou até o site da Billboard americana para ver o que anda rolando de novidades musicais no HOT100 Singles. Baixo pelo menos as quatro ou cinco primeiras da parada, ouço, analiso e penso, ”essa música é tão ruim que não vai pegar aqui no Brasil”.
Bom, não preciso nem dizer que dali duas semanas as mesmas estão entre as mais tocadas da Jovem Pan.

(A teoria do desejo mimético responde milhares das minhas questões.)

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

"O mundo é mal, mas eu sou bom."


"Leitores de Rousseau acreditam que o homem nasce bom, até meio rosado, e a sociedade corrupta e má é que o estraga. Nunca entendi isso. A sociedade é feita de outros seres humanos que também nasceram bons. Não sei que sociedade é essa de que essa gente está falando. Deve ser alguém muito mau.

Eu sou leitor do Gênesis. Acho que temos o pecado original e somos a estirpe de Caim. Nascemos maus. Francamente, acho que as crianças atingem níveis de amoralidade e egoísmo que, num ser humano adulto, seriam considerados patológicos. Somos maus. Temos de aprender a ser bons. Eu sei, eu sei, você acha que não, que está cheio de sentimentos sublimes, que a sua nobre alma se escandaliza com a plebe ignara que o maltrata diariamente. É por isso que você nunca fala mal de ninguém, nunca despreza ninguém. Quando você faz isso, é justo. Quando os outros fazem, é maldade. Claro." Pedro Sette

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

Keeping up with the Joneses

:is a popular catchphrase in many parts of the English-speaking world. It refers to the desire to be seen as being as good as one's neighbours or contemporaries using the comparative benchmarks of social caste or the accumulation of material goods. To fail to "keep up with the Joneses" is perceived as demonstrating socio-economic or cultural inferiority.

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

Early Morning


Early morning
8:00 precise
I see the lonely
August sun arise.

Say you know you will
Move like you do
Out in the fields...
Waited the whole night through
Early morning...

sábado, 13 de novembro de 2010

Os livros que mudaram minha vida. - Parte Um -


Mentira romântica e verdade romanesca; Girard explicita e sistematiza uma lição que a propaganda já aprendeu: muitas vezes não desejamos um objeto por uma qualidade que lhe seja intrínseca, mas para nos tornarmos iguais a um modelo. No entanto, se esse modelo for distante, como por exemplo Cristo para um cristão (imitador de Cristo), Amadis de Gaula para D. Quixote, Sófocles para um autor de teatro contemporâneo, a relação de mímese é boa e produtiva. A imitação do modelo distante não é exclusiva; se eu imito Cristo ou Sófocles, você pode imitá-lo do mesmo jeito, sem que eu tenha prejuízo. Porém, se seu modelo for seu amigo, seu vizinho, seu colega, então a relação tem grandes chances de tornar-se uma rivalidade, uma vez que o objeto que confere prestígio ao modelo e lhe dá sua identidade não pode ser dividido. Não posso dividir com meu amigo sua namorada, sua casa ou seu emprego, etc.


A Rebelião das Massas; Gasset começa com a caracterização de um fenômeno de seu tempo, e ainda mais do atual: as aglomerações. Sua descrição é desconcertante. Apresenta um curioso paradoxo: a multidão ocupa o espaço que para ela foi destinado, por exemplo um cinema, mas esta ocupação deixa um sentimento de angústia e origina um problema dos dias atuais: encontrar um lugar. Nesta constatação a primeira característica do homem-massa: ele não atribui a si mesmo um valor, mas se sente “como todo mundo”; não se angustia com isso, sente-se bem por ser idêntico aos demais. Distingue-se da minoria; esta exige mais de si mesma, acumula dificuldades e deveres. Em toda classe social há uma massa e uma minoria. “A característica do momento é que a alma vulgar, sabendo que é vulgar, tem a coragem de afirmar o direito da vulgaridade e o impõe em toda parte.”


“A arte de conhecer a si mesmo”, contém textos de Schopenhauer, na época escritos num caderno, e que o filósofo não quis publicar, e até mesmo destruiu o caderno. Mas seu editor o reconstituiu a partir de pesquisas.
Não pense o leitor que encontrará, só por causa do título, um livro parecido com esses de auto-ajuda. Muito pelo contrário, como o filósofo já era conhecido por sua expressividade ácida, talvez o leitor que espere por isso fique meio chocado, ou totalmente, ao ler um livro de conteúdo acima de tudo pessimista, com toques de acidez e misantropia.
Para alguns, soberbo, para outros, insuportável. Cada leitor que tire sua própria conclusão, onde eu finalizo esta resenha com uma frase de Schopenhauer presente nesse livro: “Num mundo em que pelo menos cinco sextos das pessoas são canalhas, néscias ou imbecis, é preciso que o retraimento seja a base do sistema de vida de cada indivíduo do outro sexto restante”.

domingo, 7 de novembro de 2010

The Unforgettable Fire


Stay this time, stay tonight in a lie.
I'm only asking, but I, I think you know.
Come on take me away, Come on take me home,
Home again.