Por Carlos Hilsdorf
Em um inesperado momento de sua vida, você se depara com uma imagem refletida no espelho da existência. Olhamos, olhamos novamente, voltamos a olhar e, após grande hesitação, reconhecemos: trata-se de nós mesmos!
Trata-se de um “nós” refletido em uma imagem que desconhecíamos ou, talvez, insistíamos em não reconhecer. Somos incrivelmente hábeis para fugir de nós mesmos e tremendamente covardes para nos buscar por trás das aparências.
Mas esta imagem, cedo ou tarde, aparece e com ela vem uma dor forte e intensa: a dor de descobrirmo-nos como somos e não como gostamos de pensar que somos.
Este “outro” no espelho da existência, parece tão diferente de nós. Não que seja mais feliz ou mais triste... é diferente, muito diferente.
Esta imagem, às vezes é trazida pela sinceridade de um verdadeiro amigo (aquele que diz o que precisamos ouvir); às vezes é trazida por uma dor de amor (onde quem amamos, desiludido por alguma situação, desabafa o que sempre pensou e nunca revelou a nosso respeito), outras vezes é trazida pela reflexão, psicoterapia ou busca espiritual.
Corajosos, nos achamos covardes.
Fortes, nos reconhecemos fracos.
Altruístas, nos surpreendemos egoístas.
Vencedores, nos descobrimos com inveja.
Humildes, visualizamos nossa vaidade.
Pacíficos, encontramos a raiva.
Religiosos, nos vemos sem fé.
Bons, nos percebemos ainda maus.
Belos, nos vemos distorcidos.
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